Dragon Ball DAIMA chegou ao fim e, como sempre, o fandom está em polvorosa. A nova animação assinada por ninguém menos que Akira Toriyama mexeu com a nostalgia dos fãs e, ao mesmo tempo, levantou uma dúvida gigantesca: essa obra faz parte da cronologia oficial de Dragon Ball? É canônica ou não?
Spoiler rápido pra quem está só passando o olho: não, DAIMA não é canônico. Mas calma! Isso não tira nem um pouco do brilho da obra — e neste post vamos destrinchar tudo o que você precisa saber pra entender onde essa série se encaixa, ou melhor, onde ela não se encaixa dentro da linha do tempo da franquia.
Afinal, o que é Dragon Ball DAIMA?

Dragon Ball DAIMA é a mais recente animação da franquia Dragon Ball, anunciada como uma celebração dos 40 anos de carreira de Akira Toriyama. Desde o seu primeiro trailer, ficou claro que se tratava de um projeto especial, com estética e atmosfera que remetem à era clássica do anime, especialmente Dragon Ball e o início de Dragon Ball Z.
Em DAIMA, temos um Goku criança — mas não aquele Goku inocente do início da franquia. Aqui, é o Goku após o arco de Majin Boo que é transformado em criança, num universo em que outros personagens também passam por transformações semelhantes. Isso já indica que estamos diante de uma história com liberdade criativa total, sem amarras com o cânone tradicional.
Toriyama está envolvido — isso já não basta pra ser canônico?

Essa é a primeira grande dúvida: se Akira Toriyama participou ativamente do projeto, ele não seria canônico por natureza?
A resposta curta é: não necessariamente.
Toriyama também esteve envolvido em diversos filmes da era Z, como “O Retorno de Cooler”, “O Renascimento da Fusão”, “O Poder Invencível” e outros. E embora esses filmes tenham a assinatura do mestre, eles nunca foram considerados parte da cronologia oficial. São, no máximo, histórias paralelas, universos alternativos ou homenagens.
Com DAIMA, o mesmo se aplica. É como se fosse um “filme estendido” em formato de série, feito com muito carinho e nostalgia, mas sem compromisso com os eventos de Dragon Ball Super.
A cronologia de Dragon Ball é confusa por natureza

Antes de falarmos mais sobre DAIMA, vale lembrar: a cronologia de Dragon Ball já é um campo minado há décadas.
A franquia passou por diversas fases, rebootings sutis, mudanças de tom e de foco, além da presença de múltiplas versões dos personagens em diferentes mídias (anime, mangá, jogos, filmes). Com isso, o conceito de “canonicidade” em Dragon Ball é flexível — muitas vezes, movido mais por decisões editoriais e de marketing do que por lógica interna.
Por exemplo:
- Dragon Ball GT, que também mostrava Goku criança, não é canônico.
- Dragon Ball Super é canônico segundo o mangá e os filmes lançados após a saga Boo.
- Dragon Ball Heroes é um anime promocional totalmente fora da cronologia.
E agora temos DAIMA, que entra nesse hall de produções especiais, feitas para celebrar e explorar a franquia sob novos ângulos.
Comparação: Daima vs. GT vs. Super
Aspecto | Dragon Ball GT | Dragon Ball Super | Dragon Ball Daima |
---|---|---|---|
Canonicidade | Não-canônico | Canônico | Provavelmente não |
Estilo | Aventura + Sci-Fi | Batalhas cósmicas | Aventura clássica |
Transformações | SSJ4 | Deus, Blue, UI | SSJ4 (sem explicação) |
Envolvimento de Toriyama | Pouco | Roteiro principal | História original |
Conclusão Parcial
Daima parece ser um meio-termo: mais conectado ao cânone que GT, mas sem o peso de Super.
Os sinais de que DAIMA não é canônico
Vamos aos indícios concretos que deixam claro que Dragon Ball DAIMA não faz parte da cronologia principal:
1. A separação de Kibito e Kaioshin Supremo
Em Dragon Ball Super, há um episódio específico em que Kibito e o Kaioshin Supremo se separam após usarem as esferas de Namekusei. Essa separação se mantém dali pra frente no cânone oficial.
Porém, em DAIMA, eles aparecem novamente como uma fusão permanente, como era antes dessa separação — o que sugere que os eventos de Super nunca aconteceram nesse universo.
2. Super Saiyajin 4 é citado casualmente
No final da série, Goku menciona que atingiu o Super Saiyajin 4 após treinar depois da saga Majin Boo. Esse detalhe é importante porque essa transformação nunca existiu no cânone oficial.
Ela surgiu em Dragon Ball GT, que não faz parte da cronologia principal, e estava praticamente esquecida até agora. A menção dela em DAIMA é um claro fan service, mas também indica que a série está brincando com elementos fora do “Superverso”.
Se DAIMA fosse canônico, teríamos que considerar como é possível que Goku tenha alcançado o SSJ4 e nunca tenha usado essa forma contra Bills, Freeza Dourado, Jiren ou qualquer outro inimigo em Dragon Ball Super. E sabemos que isso nunca aconteceu.
3. Nenhuma referência aos eventos de Dragon Ball Super
Em nenhum momento DAIMA faz alusão ao Deus da Destruição Bills, ao Torneio do Poder, ao Universo 6, ao Goku Black, ou a qualquer outro elemento que surgiu em Super. A trama é totalmente autocontida, com foco em aventuras, humor e um estilo mais “solto”, como nas histórias dos primeiros arcos de Dragon Ball.
4. Clima nostálgico e independente
DAIMA é praticamente uma carta de amor à era clássica da franquia. A direção, a trilha sonora, os cenários, a interação dos personagens… tudo remete àquele espírito de aventura leve e divertida, mais próxima de “Dragon Ball criança” do que das batalhas épicas de Dragon Ball Super.
Esse resgate da essência não exige conexão direta com a cronologia. Muito pelo contrário: ser livre da cronologia permitiu que DAIMA fosse mais criativo, mais emocional e mais divertido.
Mas e se o sucesso fizer DAIMA entrar no cânone?
Essa pergunta é importantíssima — porque em Dragon Ball, o que vale mais do que cronologia é o que dá dinheiro.
O Super Saiyajin 4 explodiu nas redes sociais depois do final de DAIMA. O hype foi comparável ao do Ultra Instinct (Migatte no Gokui) de Dragon Ball Super. Isso significa que, se a Toei Animation perceber que vale a pena reintegrar o SSJ4 ao cânone — seja com uma explicação forçada ou não —, nada impede que isso aconteça.
Já vimos isso antes. O próprio Broly, que era apenas um personagem de filmes não canônicos, foi completamente reimaginado e reintegrado ao cânone em Dragon Ball Super: Broly. Eles podem fazer o mesmo com DAIMA, ou com elementos da série.
Imagina só: um dia, Goku resolve relembrar um treinamento antigo e desperta o SSJ4 de novo — como se nada tivesse acontecido. Os fãs vão reclamar? Alguns sim, mas a maioria vai surtar de alegria. E é isso que move a franquia.
A importância de DAIMA como última obra de Toriyama

Há um peso emocional em Dragon Ball DAIMA que nenhuma discussão de canon ou não canon consegue apagar.
Esta foi a última obra completa de Akira Toriyama antes de seu falecimento em março de 2024. Ele esteve diretamente envolvido com a história, os designs, os diálogos, e deu sua visão pessoal para um anime que tem cara de despedida, mas sem ser triste — um agradecimento aos fãs, um mergulho nas origens da série, uma última brincadeira com os personagens que ele criou.
Nesse sentido, DAIMA não precisa ser canônico. Ele é histórico. Um encerramento simbólico, cheio de carinho, como só Toriyama poderia fazer.
Conclusão: Canônico ou não, DAIMA é um presente
Dragon Ball DAIMA não se encaixa na linha do tempo oficial da franquia. Não dialoga com Dragon Ball Super, não considera os eventos do mangá atual, nem tenta forçar conexões com o que já foi estabelecido.
Mas isso não o torna menos importante.
DAIMA é como aqueles filmes especiais de fim de ano: você assiste, se emociona, relembra o porquê de amar Dragon Ball, e sai satisfeito. É um “spin-off emocional”, uma homenagem que não quer revolucionar nada, mas sim celebrar tudo o que veio antes.
E no final das contas, seja na cronologia ou não, DAIMA cumpriu sua missão: nos lembrar de como tudo começou — e por que Dragon Ball é eterno.
🎬 Assista aos episódios de Daima: Clique aqui.
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